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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014


               As dores na região cervical ocorrem em 55% das pessoas em alguma fase da vida, sendo mais frequentes nas mulheres. A região cervical é constituída por sete vértebras. A primeira, chamada de atlas, articula-se com o crânio (osso occipital) e a sétima com a primeira vértebra dorsal. A coluna cervical exerce função de sustentação, proteção e movimentação. Há diversos músculos que atuam na movimentação cervical, sendo as estruturas mais frequentemente relacionadas com a cervicalgia. Dentre as causas da cervicalgia estão: anormalidades musculoesqueléticas, neurológias, viscerais, tegumentares e condições sistêmicas, ou localizadas a distância, como o tórax e a cabeça, podendo ser de natureza traumática, inflamatória, degenerativa e neoplásica. Algumas situações ocupacionais como posturas inadequadas mantidas durante períodos prolongados, em ambientes insatisfatórios do ponto de vista ergonômico ou psicológico, podem gerar dores na região cervical.

              A causa mais comum de dor cervical é a Síndrome Dolorosa Miofascial (SDM). A SDM pode ser ocasionada por traumas, alterações degenerativas e/ou inflamatórias, posturais inadequadas, ansiedade e depressão. O diagnóstico é realizado pela pesquisa dos pontos-gatilho (pontos que quando pressionados desencadeiam dor, geralmente irradiada para pontos à distância) nos músculos da região cervical. Os músculos mais comumente afetados são o trapézio, o esternocleiomastóideo, os escalenos e o levantador da escápula.
               Em pessoas com queixas de dores cervicais, é importante a investigação de traumatismos cervicais ou cranianos, disfunções intervertebrais (alterações nos discos intervertebrais), doenças como Fibromialgia, tumores, doenças infecciosas (tuberculose), inflamatórias (artrite reumatóide, polimiosite, dermatomiosite ou espondilite anquilosante), doenças metabólicas e endócrinas e neuralgias.
               Esta investigação pode ser feita com a realização de uma boa história clínica, exame físico minucioso e exames complementares, como exames laboratoriais, radiografias, tomografia computadorizada e ressonância magnética.
                O tratamento da cervicalgia baseia-se na eliminação da causa e no tratamento da dor, que pode ser feito com medicamentos, fisioterapia, massagens, acupuntura, psicoterapia, infiltrações e, quando necessário, procedimentos cirúrgicos.
               Para auxiliar no tratamento, deve-se recomendar o uso de travesseiros com altura adequada para acomodar a curvatura cervical, evitar posturas inadequadas, como segurar o telefone entre o ombro e a cabeça, realizar exercícios físicos regularmente e ajustar lentes de correção visual.