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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Lombalgia


        A dor na região lombar é uma das queixas mais comuns nos consultórios médicos. Aproximadamente 80% das pessoas sofrerão de lombalgia alguma vez na vida. A prevalência aumenta com o avançar da idade, havendo discreta predominância no sexo feminino. A dor lombar está intimamente relacionada com certas atividades profissionais onde se realizam esforços excessivos ou posturas inadequadas por tempo prolongado. Outros aspectos também estão relacionados, como fatores psicossociais, desmotivação, insatisfação com a atividade profissional, depressão e gestação.
          A lombalgia pode ser aguda, com duração até três meses, onde cerca de 90% dos doentes recuperam-se espontaneamente. Entretanto, mais da metade dos doentes podem ter recorrência dos sintomas e mais de um terço pode apresentar cronificação da dor. Entre os fatores que podem contribuir para a cronicidade estão: falta de correção dos fatores desencadeantes, fatores posturais, fatores psicossociais, benefícios ou perdas secundárias, imobilismo, doenças associadas (alterações psiquiátricas, uso de drogas, depressão, ansiedade), fatores mecânicos e degenerativos e lesões do sistema nervoso periférico ou central.
             Existem alguns fatores de risco para a ocorrência de dores lombares. Podemos citar fatores constitucionais, como aumento de peso, fraqueza dos músculos paravertebrais e abdominais e frouxidão ligamentar. Outros fatores são os ocupacionais, gerados por sobrecarga na região lombar ao erguer pesos excessivos ou permanecer muito tempo numa mesma posição. Os hábitos de vida diários, como fumo, alcoolismo e sedentarismo, também são fatores de risco.
            Exames complementares devem ser realizados de acordo com a história clínica e o exame físico, para descartar hérnias discais, estenose do canal medular, tumores e neuropatias.
              Para o tratamento ter um bom resultado, é importante que o diagnóstico preciso seja feito. A partir disto, o primeiro passo é o controle da dor, que pode ser feito inicialmente através de medicações anti-inflamatórias, miorrelaxantes e analgésicas. O repouso pode durar de dois a, no máximo, sete dias. O repouso prolongado leva a atrofia muscular, dificultando a reabilitação e aumentando a incapacidade do indivíduo. Nos casos de dores crônicas, pode-se usar também medicações psicotrópicas e antidepressivos, por suas propriedades analgésicas e miorrelaxantes, reguladoras do sono e do humor. Analgésicos opióides fracos ou potentes podem ser necessários.
             A cinesioterapia é essencial no tratamento das lombalgias, assim como a correção postural. As atividades físicas devem ser estimuladas.
            Alguns casos podem se beneficiar de infiltrações em pontos dolorosos ou pontos- gatilho, com anestésicos locais.
           O tratamento cirúrgico deve ser indicado somente após a adequada tentativa de tratamento conservador, havendo indicações precisas para tal. Somente 1 a 3% dos doentes requerem tratamento cirúrgico.                        
Dra.Liege Mentz-Rosano

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